A atração por ver Cameron Diaz nua – ainda que discretamente enquadrada – parece ser o mote para a venda de milhares de ingressos. Mas se o desafio de fazer uma comédia adulta bem sucedida reside em combinar as proporções corretas de obscenidade e sentimento, então ‘Sex Tape: Perdido na Nuvem‘ – dirigido por Jake Kasdan – mostra como esse ato de equilíbrio pode dar errado.
Segel e Diaz (que já trabalharam juntos em ‘Professora sem Classe’) são Jay e Annie, um casal entediado que decide gravar um filme caseiro íntimo e, em seguida, encontram-se correndo atrás deste durante uma noite inteira para impedi-lo de ir parar nas mãos de pessoas erradas bem como nas redes sociais. Esta é uma premissa que oferece oportunidades para um grande sucesso, tal qual ‘Pagando Bem, que Mal Tem?’ (2009), de Kevin Smith, comédia que segue a mesma linha do “vídeo erótico amador”. A diferença entre ambos é que apenas um consegue fazer rir. E não é, definitivamente, ‘Sex Tape‘.
‘Sex Tape‘ carece de foco, ainda que por razões diferentes. O filme tem suas ideias, mas ele nunca tenta desenvolver nada. Só porque duas pessoas estão fazendo sexo o tempo todo – e não de uma forma sexy – não faz disso automaticamente uma situação engraçada. Só porque seus dois protagonistas correm para pegar iPads que foram doados (até mesmo para o carteiro!), não torna a situação engraçada. ‘Sex Tape‘ parece não perceber ou talvez, sequer se preocupe com isso. Ele só joga algo na tela e segue em frente sem dar nenhum senso de propósito fora do “quão engraçado seria se duas pessoas fizessem uma fita de sexo e tiverem que pegá-la de volta?”. Isso é bom para um riso rápido, aquele em que você puxa o lábio para o lado, sem abrir a boca. Mas se você não consegue ir além disso, essa “comédia” não faz isso sozinha.
Nem tudo é ruim no filme. Tem o Jack Black, sempre divertido, como o “Big Boss” do super acessado “youporn” e o Rob Lowe, como o chefe cheirador de cocaína de Annie. A coisa toda parece muito artificial e o roteiro não é inteligente o suficiente para escondê-lo. Pode funcionar melhor em casa, na TV , quando suas expectativas são mais baixas. Mas não desperdice o seu dinheiro arduamente ganho para vê-lo no cinema.