Review: “Common People”, de Black Mirror. Uma crítica contundente ao capitalismo tecnológico

Review: “Common People”, de Black Mirror. Uma crítica contundente ao capitalismo tecnológico

Sabrina Nobre | Hoje no Cinema

Divulgação

Publicado em 10/04/2025 às 17:26

Direção: Ally Pankiw

Elenco: Rashida Jones (Amanda), Chris O’Dowd (Mike), Tracee Ellis Ross (Gaynor)

Gênero: Ficção Científica, Drama

O episódio de estreia da sétima temporada de Black Mirror, intitulado “Common People”, apresenta uma narrativa sombria que examina as implicações éticas e sociais de tecnologias emergentes no setor de saúde. Com atuações marcantes de Rashida Jones e Chris O’Dowd, o episódio oferece uma reflexão profunda sobre os limites do capitalismo na medicina moderna.

Sinopse

Amanda (Rashida Jones) e Mike (Chris O’Dowd) formam um casal de classe média cuja vida toma um rumo inesperado quando Amanda é diagnosticada com um tumor cerebral fatal. Diante da desesperança, surge uma oportunidade: a empresa de biotecnologia Rivermind oferece um procedimento experimental que transfere a consciência de Amanda para um ambiente digital, permitindo que ela continue “viva”. No entanto, essa solução vem com um custo mensal elevado, colocando o casal em uma espiral de dificuldades financeiras e dilemas morais.

Crítica e Recepção

O episódio foi amplamente discutido pela crítica especializada. O Time classificou “Common People” como o segundo melhor episódio da temporada, destacando sua abordagem realista e assustadora sobre a monetização da saúde. A publicação enfatizou que a narrativa reflete preocupações contemporâneas sobre sistemas de saúde privatizados e a mercantilização da sobrevivência.

O Polygon ressaltou a plausibilidade inquietante do episódio, apontando que, ao contrário de outras histórias de Black Mirror que exploram futuros distópicos, “Common People” se destaca por sua proximidade com a realidade atual, especialmente no que tange às falhas dos sistemas de saúde.

O Entertainment Weekly entrevistou o criador da série, Charlie Brooker, que descreveu o episódio como um dos mais sombrios da temporada. Brooker destacou a intenção de explorar o impacto devastador de tecnologias avançadas impulsionadas pelo lucro, refletindo sobre a exploração capitalista e a erosão da dignidade humana.

O The Guardian elogiou a temporada como um todo, mencionando que “Common People” oferece um comentário empático sobre a dependência digital e a vulnerabilidade financeira, alinhando-se com a abordagem mais humana e reflexiva adotada na sétima temporada.

Conclusão

“Common People” é um episódio que ressoa profundamente com questões contemporâneas, oferecendo uma crítica incisiva sobre a interseção entre tecnologia, saúde e capitalismo. As performances de Rashida Jones e Chris O’Dowd adicionam camadas de autenticidade e emoção à narrativa, tornando-o um dos episódios mais impactantes da temporada.

Nota: 9/10

Fontes: